Carlos e os dois padres
Fim de semana, uma pausa no cotidiano atarefado; descanso e descontração com amigos. Ao final do dia, com a luz se dissolvendo do entardecer, um pulo na piscina. E... não ter se dado conta da pouca água. O impacto. O contato que deveria ter sido refrescante e animador, foi quase mortal. Um baque e escuridão! Apagamento dos sentidos, do tempo, da memória... A volta à percepção de existir veio atordoada – enxergar-se num quarto de hospital, vários dias depois. Carlos estava entubado, sem conseguir falar nem mexer ou sentir seu próprio corpo. Susto, tensão, medo. Carlos agora reside no Pequeno Cotolengo Paulista, onde recebe os cuidados e o companheirismo de uma equipe dedicada. Carlos passou a receber cuidados de toda uma equipe de profissionais abnegados, que pensam cada caso em sua particularidade. Habitando o espaço no qual já está há mais de dois anos (hoje está com 34 anos), ele compartilha do convívio de uma centena de internos, moradores de rua, deficientes, entre tantos outros, cada qual com suas histórias e limitações, mas todos amparados, tendo por base a construção de laços por meio do afeto. A instalação adota uma filosofia de atender às necessidades básicas e bem-estar de seus moradores, promovendo vínculos e oferecendo novas perspectivas. Carlos descobriu a paixão pela pintura, com o apoio da irmã, e as suas obras refletem a sua resiliência e esperança no futuro.